terça-feira, 5 de maio de 2015

Devaneios

06:41 Por Mauro Jaques
Tenho saído da cama pensativo. Não entendo porque as relações humanas são tão difíceis, não entendo porque existe a guerra pelo poder e por saber quem manda mais ou quem pode decidir mais coisas. Os relacionamentos viraram uma verdadeira guerra de egos. Não se vê lutas no ministério de Jesus. Se vê um Mestre cheio de sabedoria, de amor, que ensinava, muitas vezes com duras palavras, mas que em nenhum momento os seus o tentaram derrubar ou acusar de alienação aqueles que o ouviam. Não vejo Jesus colocando capas de santificação em uns e despindo outros e os jogando à sombra do pecado. Ele via todos de igual modo, carentes da graça. Como diz a bela melodia de David Quinlan e Heloísa Rosa, gostaria de voltar a ser criança, ter aqueles sentimentos puros, voltar a ter esperança de que as coisas ainda podem melhorar. Dói o coração em ver pessoas que sofrem por não terem o mesmo tratamento que outros. Viver como criança onde a maior briga era para ver quem escolhia o time para o futebol no campinho da esquina com a bola de couro, normalmente furada. Como seria bom se os homens passassem a olhar uns para outros como Deus olha, acalentar aquele sentimento bonito, puro, de amizade e companheirismo. Tentando sempre extrair o melhor de cada um, juntar as experiências e correr juntos na mesma direção. Estou certo de que é utopia pensar assim, mas como uns já diziam: “Sonhar não custa nada”. Sinto que a religiosidade tem destruído os relacionamentos. Hoje dentro das igrejas se aceitam as pessoas muito mais pelo que elas têm do que pelo que elas são. Impressionante como falamos de boca bem aberta do amor de Jesus, dizemos o quanto Ele sofreu por amor a todos, até pregamos sobre o amor incondicional de Deus, mas não conseguimos amar o próximo quando ele traz consigo algumas marcas do seu passado. Dizemos que Deus ama o pecador, mas não aceitamos com bons olhos pessoas que foram divorciadas, ex prostitutas, e tantos outros “ex” que todos os dias se apresentam em nossas igrejas. Alguns até os aceitam, mas não podem ser membros da diretoria, não podem cantar nos corais, e às vezes até, não podem participar da ceia. Vivem à sombra do pecado. Hoje vivemos o evangelho do não pode, ou, pelo menos, o não pode para os outros. O homem se esconde atrás de uma falsa capa de santidade e usa essa mesma capa para deixar aqueles que trazem marcas mais profundas numa posição sombria, sempre debaixo do jugo do pecado, mesmo que o discurso seja diferente. Meus queridos, sonho com o dia em que a igreja será realmente um hospital para todos, por enquanto a considero um hospital particular, onde só quem pode mais usufrui dos cuidados. Que Deus nos ajude!

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