quinta-feira, 7 de maio de 2015

Maior de todas as Olimpíadas, será?

05:33 Por Mauro Jaques
Desde 1950 está engasgado na garganta do brasileiro aquela final contra o Uruguai no Maracanã. Aquele gol que sofremos e nos tirou a copa entalou mais na garganta do que todas as lutas e dificuldades que nosso pais passa até hoje. Ano que vem vamos receber mais uma olimpíada no Brasil, será a maior de todas? Ainda tenho dúvidas! Leio nos jornais sobre a saúde no Brasil, sobre pais de família que vêem seus entes queridos morrerem no chão frio de hospitais desequipados, médicos despreparados com uma instrução questionável, onde um joguinho no computador é mais importante do que atender um paciente com dor ou a beira da falência. Médicos arrogantes, prepotentes, que se acham acima de tudo e de todos, desonrando o que aprenderam na universidade, o juramento que fizeram. Médicos endeusados, chamados de doutor quando mal concluíram o bacharelato. Será a maior olimpíada de todos os tempos? Vejo protestos de uma população inflamada, com uma liderança atuante, mas invisível. Protestos que se transformaram em combates sangrentos nas ruas entre a força policial armada, muitas vezes despreparada, e uma população dominada e manipulada, jovens mascarados, que fazem parte da folha de pagamento de uma classe dominante e inescrupulosa que não aparece, mas controla tudo. Vejo jogadores de futebol com salários obscenos quando a maioria dos brasileiros, muito mais produtiva, ganha um salário de pouco mais de setecentos reais. Assalariados gastando boa parte do seu sustento em ingressos para partidas de futebol para garantir o salário milionário de alguns notáveis que correm atrás de uma esfera de couro costurado. Será esse realmente o país da maior olimpíada de todos os tempos? Estádios sendo construídos a preço do sangue de uma população dominada, oprimida, faminta e com os olhos vendados. Investiu-se valores tremendos em arenas esportivas que serviram para dois ou três jogos e depois serão transformadas em shopping necessitando de mais investimentos, enquanto a população continua enferma e faminta. Por isso creio que será sim a maior de todas as olimpíadas, deveríamos ganhar muitos troféus: o da vergonha, da corrupção, descaso, omissão e sobretudo o país que mais entende da filosofia do pão e circo. O Brasil está doente, maior país católico do mundo, um sincretismo religioso onde a dita yemanjá é mais valorizada do que o único Deus verdadeiro. Não posso dizer e nem concordar que esse pais é do Senhor Jesus como dizem muitos adesivos estampadas nos carros, porque se fosse não seriamos o pais da maior olimpíada do mundo, mas o pais com maior intimidade e consagração ao Criador. Deus salve essa nação!

terça-feira, 5 de maio de 2015

Devaneios

06:41 Por Mauro Jaques
Tenho saído da cama pensativo. Não entendo porque as relações humanas são tão difíceis, não entendo porque existe a guerra pelo poder e por saber quem manda mais ou quem pode decidir mais coisas. Os relacionamentos viraram uma verdadeira guerra de egos. Não se vê lutas no ministério de Jesus. Se vê um Mestre cheio de sabedoria, de amor, que ensinava, muitas vezes com duras palavras, mas que em nenhum momento os seus o tentaram derrubar ou acusar de alienação aqueles que o ouviam. Não vejo Jesus colocando capas de santificação em uns e despindo outros e os jogando à sombra do pecado. Ele via todos de igual modo, carentes da graça. Como diz a bela melodia de David Quinlan e Heloísa Rosa, gostaria de voltar a ser criança, ter aqueles sentimentos puros, voltar a ter esperança de que as coisas ainda podem melhorar. Dói o coração em ver pessoas que sofrem por não terem o mesmo tratamento que outros. Viver como criança onde a maior briga era para ver quem escolhia o time para o futebol no campinho da esquina com a bola de couro, normalmente furada. Como seria bom se os homens passassem a olhar uns para outros como Deus olha, acalentar aquele sentimento bonito, puro, de amizade e companheirismo. Tentando sempre extrair o melhor de cada um, juntar as experiências e correr juntos na mesma direção. Estou certo de que é utopia pensar assim, mas como uns já diziam: “Sonhar não custa nada”. Sinto que a religiosidade tem destruído os relacionamentos. Hoje dentro das igrejas se aceitam as pessoas muito mais pelo que elas têm do que pelo que elas são. Impressionante como falamos de boca bem aberta do amor de Jesus, dizemos o quanto Ele sofreu por amor a todos, até pregamos sobre o amor incondicional de Deus, mas não conseguimos amar o próximo quando ele traz consigo algumas marcas do seu passado. Dizemos que Deus ama o pecador, mas não aceitamos com bons olhos pessoas que foram divorciadas, ex prostitutas, e tantos outros “ex” que todos os dias se apresentam em nossas igrejas. Alguns até os aceitam, mas não podem ser membros da diretoria, não podem cantar nos corais, e às vezes até, não podem participar da ceia. Vivem à sombra do pecado. Hoje vivemos o evangelho do não pode, ou, pelo menos, o não pode para os outros. O homem se esconde atrás de uma falsa capa de santidade e usa essa mesma capa para deixar aqueles que trazem marcas mais profundas numa posição sombria, sempre debaixo do jugo do pecado, mesmo que o discurso seja diferente. Meus queridos, sonho com o dia em que a igreja será realmente um hospital para todos, por enquanto a considero um hospital particular, onde só quem pode mais usufrui dos cuidados. Que Deus nos ajude!

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Quem me dera!

12:47 Por Mauro Jaques
Quem dera envelhecer e sempre manter o humor contagiante dos áureos tempos de adolescência, com riso fácil, me agarrando aos relacionamentos ingênuos, à generosidade. Envelhecer livre para dizer: meu Deus eu te amo e não ser censurado, e mesmo sendo censurado, dizer: meu Deus eu te amo. Quem me dera envelhecer acreditando nas pessoas. Envelhecer feliz com os filhos que tenho, lamentando as perdas mas nunca as deixando me subjugarem. Deleitar-me na companhia dos amigos que persistiram há anos de amizade e desencontros, que persistiram na velhice, na virtude e no defeito. No heroísmo e na covardia. Envelhecer recebendo atenção nos dias importantes da minha vida, e um beijo a cada gesto digno executado. Envelhecer ouvindo dizerem: você é um bom amigo mesmo quando tenho que dizer não há alguém. Quem dera aos setenta anos me deslumbrar com uma família bem estruturada, firmada em padrões cristãos. Quero chegar aos setenta anos e ainda poder arrancar de meus netos uma risada e ouvi-los dizer: esse meu avô é tão querido! Mesmo depois de eu ter chamado sua atenção por alguma peraltice realizada. Ver meus netos ainda me chamando de vovô sem temerem serem censurados por seus amigos. Ah! Quem me dera envelhecer com belos cabelos brancos, escassos sim, mas belos e sempre renovados. Quem dera envelhecer usando roupas claras e alegres, combinando detalhes dos sapatos, tirando o melhor da vida. Atravessar a rua sem precisar de ajuda. Mas não recusando se alguém me der a mão. Quem me dera envelhecer com a sabedoria de quem tem muito a descobrir ainda. Vendo a beleza das pequenas coisas, colhendo laranja no pé, espetando de vez enquando um espinho na mão, andar descalço e vez por outra espetar alguma roseta nos pés envelhecidos mas ainda firmes. Pescar somente pelo prazer de ficar parado esperando aquilo que não prometeu vir. Quero que as utopias sejam o alimento da minha velhice. Acreditar que muito ainda pode mudar, quero acreditar mesmo estando velho e fraco que nosso pais ainda pode ser melhor, que as pessoas olharão muito menos para sentimentos pessoais e mais para o altruísmo. Quero envelhecer sentindo prazer de ir votar no dia das eleições, sentir prazer em ostentar a camisa do meu candidato sem medo de que amanha ele pode estar envolvido lava jatos da vida. Quero envelhecer acreditando que um dia ninguém mais passará fome no mundo a não ser por opção pessoal. Por isso quero envelhecer ainda menino, me atirando nos braços de meu Pai eterno a quem devo a vida e para quem vivo a vida.